quarta-feira, setembro 07, 2005

O EXPRESSO publicou, no dia 3, um artigo sobre a minha candidatura




Para quem ainda não leu o artigo do José Frota, aqui fica:


PROFESSORA DE MÚSICA QUASE CANDIDATA

MANUELA Magno, professora da Universidade de Évora que anunciou a sua candidatura às presidenciais em 29 de Fevereiro de 2004, já conseguiu reunir mais de 4500 proponentes dos 7500 que a lei impõe como mínimo para poder concorrer àquele acto eleitoral.

O seu propósito nunca foi tomado a sério nos meios políticos mas a verdade é que Manuela Magno já tem sede de campanha em Lisboa e conta encerrar a lista de apoios até ao final deste mês de Setembro. Segundo a própria, trata-se de «uma candidatura independente dos partidos políticos e dos grupos económico-financeiros que faz todo o sentido enquanto projecto colectivo de cidadania».

Tem 52 anos e nasceu em Lisboa, onde se manteve até 1978, altura em que se licenciou em Física Nuclear na Faculdade de Ciências. Mas a sua grande paixão era a música, pelo que foi para Nova Iorque, onde se matriculou na Universidade de Columbia. Nos oito anos que lá permaneceu, licenciou-se, tirou o mestrado e doutorou-se em Música, com especialização em Direcção de Orquestra. No regresso a Portugal, ensinou na Universidade de Aveiro. Há nove anos que mora no concelho de Arraiolos, no distrito de Évora. Na Universidade local, é professora auxiliar no Departamento de Artes (Secção de Música), preside ao Conselho Pedagógico e pertence ao Senado da instituição.

As causas cívicas e sociais sempre a mobilizaram. Por isso, é membro de diversas organizações não-governamentais como a AMI (Assistência Médica Internacional), a Amnistia Internacional, a Associação 25 de Abril, a Deco e a Quercus.

Nunca pertenceu a qualquer partido e só despertou para a política há dois anos, em circunstâncias peculiares: «Quando fiz 50 anos, a prenda que ofereci a mim própria foi uma Constituição comentada e anotada, que estudei a fundo. Da sua leitura, concluí que o Presidente da República, eleito, como é, com o patrocínio partidário, não pode ser isento e muito menos garante da estabilidade». Manuela Magno começou então a pensar numa pessoa independente que pudesse candidatar-se apenas com o apoio dos cidadãos. E resolveu que essa pessoa seria ela própria. Comunicada a intenção a vários amigos, estes incentivaram-na a avançar. O mais conhecido dos seus proponentes - espalhados pelo continente e ilhas e pelas comunidades portuguesas de Amsterdão, Toronto e Newark - é o filósofo José Gil.

A docente universitária queixa-se, porém, da «irritante burocracia» que tem encontrado em todo o processo de legalização da sua candidatura. Os proponentes têm de entregar dois documentos: a declaração de apresentação de candidatura e a certidão de capacidade eleitoral. Esta, porém, só tem a validade de seis meses e tem de ser requerida à Junta de Freguesia de recenseamento: «Simples e fácil de obter pelas máquinas partidárias mas um verdadeiro calvário para cidadãos comuns não organizados politicamente».

Para tratar de tudo isto e dar visibilidade à candidatura de Manuela Magno, já abriu uma sede de campanha no Espaço Ágora, em Lisboa, na zona de Santos, onde aguarda também ser contactada por quem partilhe das suas ideias e a queira apoiar.

ZANGADA COM SAMPAIO

MANUELA Magno está aborrecida com Jorge Sampaio, porque o Presidente, por duas vezes, recusou-se a recebê-la em audiência.

O primeiro pedido ocorreu em 2004, pouco depois de ter anunciado a candidatura. Pretendia ser esclarecida sobre a interpretação dos diplomas que regulam o enquadramento jurídico-constitucional da eleição do Presidente da República. A resposta, negativa, não tardou.
Em 18 de Março de 2005, a professora voltou a escrever a Sampaio, solicitando-lhe que a recebesse, porque lhe queria dar conta de que deparou «com procedimentos que muito dificultam uma candidatura independente». De novo a resposta foi negativa.
Ambas as cartas foram assinadas pelo Chefe da Casa Civil da Presidência da República.

A sua indignação atingiu o auge quando, no dia 2 de Agosto, soube que Sampaio tinha recebido em audiência Cavaco Silva e Mário Soares. Manuela Magno assevera que «por mais que tentem explicar-lhe, não consegue entender a razão deste comportamento discriminatório».

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Li com atenção este artigo e retive duas palavras: "burocracia" e "zangada". Quanto à primeira, seria bom que a Drª. Manuela Magno tivesse a intenção de acabar com burocracias e, quanto à segunda, por ter ficado zangada de não ter sido recebida pelo Presidente da República, pois seria bom que quando fosse eleita se lembrasse em nunca recusar receber alguém. Um grande lema seria então: Contra a burocracia e com diálogo a favor, na Presidência uma mulher com fervor! Cumprimentos

09 outubro, 2005 02:33  

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