sexta-feira, setembro 23, 2005

O EXPRESSO de dia 17

Publicou um artigo da CARLA HILÁRIO QUEVEDO (ver revista "Única") que decidi transcrever. Por razões óbvias...começo pelo último parágrafo:

5. Apareceu, no entanto, uma oportunidade de me reconciliar com a figura do Presidente da República. MANUELA MAGNO, apoiada por José Gil, além de entusiasta e dedicada, é licenciada em Física Nuclear e doutorada em Música. O seu «site» de candidatura, manuelamagno.com.pt está bem pensado e estruturado. As habilitações excessivas para o lugar, a independência de qualquer partido político e o sorriso no cartaz parecem condições perfeitas para, pelo menos, uma candidatura digna. Se assim for, darei início ao período de reflexão.

1. Numa tentativa de negar o que se aproxima e de adiar quaisquer comentários sobre as eleições autárquicas (ah, por isto se vê como sou portuguesa de gema!), proponho uma brevíssima análise dos candidatos à presidência da República. Mário Soares, Francisco Louçã e Jerónimo de Sousa anunciaram já a sua candidatura. Outros terão manifestado vontade em participar na corrida - 400 metros barreiras ou maratona? - a Belém. Falo de José Maria Martins e Manuela Magno. E, finalmente, a estrela «pop», Cavaco Silva, está prestes a anunciar que se candidata (só para me estragar o artigo, aposto que o fará antes de sábado). Ser-me-á, contudo, impossível prever se entretanto haverá outros interessados. Fico-me pelo seguro «é capaz».

2. Os candidatos a Belém podiam estar a concorrer para o título de Miss Portugal que, para mim, que não entendo a utilidade do Presidente da República, seria exactamente o mesmo, sendo o mais luxuoso dos concursos, a longo prazo, muitíssimo mais barato para o país.

3. Concordemos que, para Miss, Mário Soares não estará na melhor altura da vida e é preciso não esquecer que ocupou o lugar durante dez anos. Mário Soares poderá ser eleito, em 2006, o Avô de Todos os Portugueses, mas, sinceramente, a ideia não me entusiasma. Que me desculpem Francisco Louçã, Cavaco Silva e José Maria Martins, mas não há comparação entre os senhores e Jerónimo de Sousa, o único que, na verdade, tem mesmo pinta. Mas o pormenor de ser marxista-leninista determina a minha (ausência de) intenção de voto. Ora, Miss que é Miss dança bem e, mais uma vez, Jerónimo de Sousa ganha. Imagino Francisco Louçã a dar um passinho e juntar os pés e a repetir, Cavaco Silva parado a bater palmas e José Maria Martins a ir a todas. Entre Francisco Louçã, Cavaco Silva e José Maria Martins fica a dúvida de qual será o menos «sexy». Não fica nada: é Francisco Louçã.

4. Ah, uma pena que o interessante Manuel Alegre não entre na competição. Resta a memória de um discurso de anúncio de não candidatura que entusiasmou os espectadores incumbidos da espinhosa tarefa de interpretar o texto, sobretudo a sua ambígua parte final. «Sim» ou «não» pareceram, por momentos, ser os únicos vocábulos que o país e Hugo Capela, da TVI, eram capazes de entender. Manuel Alegre podia estar descansado (sim, completamente) que não perderia um único debate, uma única intervenção televisiva, radiofónica, virtual. Estou certa de que falaria bem, argumentaria melhor, seria emotivo, puxaria à lágrima, movimentaria gente jovem, cota e mulheres. Muitas mulheres. Não sei se já repararam, mas Manuel Alegre é giro e tem aquela voz tabágica típica dos anos 60. Ou 80. E coisas dessas, num concurso para Miss Portugal, contam.

5. Apareceu, no entanto, uma oportunidade de me reconciliar com a figura do Presidente da República. Manuela Magno, apoiada por José Gil, além de entusiasta e dedicada, é licenciada em Física Nuclear e doutorada em Música. O seu «site» de candidatura, manuelamagno.com.pt está bem pensado e estruturado. As habilitações excessivas para o lugar, a independência de qualquer partido político e o sorriso no cartaz parecem condições perfeitas para, pelo menos, uma candidatura digna. Se assim for, darei início ao período de reflexão.